autor: Juarez Marcondes Filho
do site:
devocionais.com.br
Um pintor recebeu a encomenda de pintar um
quadro que retratasse o verdadeiro sentido do Natal. Meditou
alguns dias sobre o tema e, finalmente chegou à conclusão que o
melhor seria pintar o Natal clássico: José, Maria, o menino
Jesus, os pastores, os anjos, os magos, a manjedoura, os
animais.
Ao concluir o seu trabalho, passou a examiná-lo, e não ficou
satisfeito com o que viu. Gastou uma noite pensando o que
poderia fazer para melhorar aquele quadro. Então, pensou em
pintar o Natal das luzes da cidade, da árvore enfeitada, do bom
velhinho, tudo por sobre o Natal clássico, como num contraste.
Em meio aos detalhes da estrebaria, lançou esta conhecidas
figuras.
Mas, também, não ficou satisfeito. Mais uma noite gastou
refletindo sobre o que fazer. E, na manhã seguinte tinha a
resposta: faltava o engajamento com as questões do momento e,
assim, criando um quadro tridimensional, pincelou os temas
urgentes do mundo: a fome, a guerra, a injustiça, tudo clamando
por uma mudança. Ao findar esta etapa, pensou: “creio que
cheguei ao máximo, ao limite do verdadeiro Natal”. Mas, qual não
foi a sua frustração quando admirava o trabalho e percebia estar
faltando alguma coisa. Não havia brilho, por mais cores que ele
houvesse usado; faltava sentido.
Foi dormir perturbado, pensando em que brilhante ideia ele
poderia ter para completar o seu trabalho. Mas no dia seguinte
não havia nenhuma ideia e, assim, nos dias que se seguiram. Mais
de duas semanas haviam se passado, seu prazo estava para
esgotar-se, mas ele não conseguia aquele toque especial.
Finalmente, muito cansado e, ao mesmo tempo, indignado com a sua
incapacidade de pintar o verdadeiro Natal, tomou o quadro em
suas mãos e, como quem fosse atirá-lo janela abaixo, de repente,
seu rosto brilhou; ele se surpreendeu com uma cena inusitada:
diante do vidro da janela, viu o reflexo do quadro e, no meio
dele, a sua própria silhueta. E, como num passe de mágica, o
quadro iluminou-se diante dos seus olhos; tudo estava lá: o
Natal histórico, o contemporâneo, os desafios a serem vencidos,
mas, agora, ele, também, estava inserido.
Três preciosas lições podem ser vistas a partir deste quadro:
A primeira delas é que o Natal só tem sentido quando nos
inserimos nele. Por mais compreensão que tenhamos dos fatos
históricos, por mais luzes que nos chamem a atenção, podemos
permanecer absolutamente alheios, distantes e indiferentes,
porque não nos sentimos parte. Daí, a própria celebração
transformar-se até em aborrecimento. É preciso entrar no Natal.
Em segundo lugar, ver-se inserido no Natal enseja uma bendita
oportunidade de podermos enxergar a nós mesmos refletidos em
acontecimentos que vão bem além de nós e, principalmente, ver o
próximo como se víssemos a nós mesmos. O nosso egoísmo, aquele
que nos faz pensar que somos o centro do universo, perde força
por conta do espírito natalino, fazendo-nos olhar o outro, sua
história e suas lutas, alegrias e tristezas, com extrema
relevância.
Finalmente, se é necessário entrar no espírito do Natal, mais
verdadeiro ainda é que o Natal entre dentro de nós. Ou seja, que
aquele que nasceu em Belém da Judéia, humilde e mansamente,
nasça em nossos corações, dando sentido à nossa vida.
Feliz Natal!
Forte
abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em 25/12/09 por e-mail. |