1 A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás
entronizado nos céus.
2 Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do
seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim
os nossos olhos atentam para o Senhor, nosso Deus, até que ele
se compadeça de nós.
3 Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois
estamos sobremodo fartos de desprezo.
4 A nossa alma está sobremodo farta da zombaria dos arrogantes e
do desprezo dos soberbos.
Os salmos de 120 até 134 são conhecidos como
"cântico dos degraus" ou "cântico de romagem" (depende da
tradução da Bíblia que você utilize). Todos tratam de vários
assuntos da religiosidade, de forma rápida, para auxiliar na
memorização, possivelmente. Seria uma espécie de "livro menor",
"resumo", com os detalhes importantes, para que fossem
facilmente lembrados. Ou ainda um "hinário", "cancioneiro",
"livro com canções", pois entende-se que eram realmente
cantados, principalmente quando o povo ia de caminho para
Jerusalém, para o sacrifício ou festas. E durante a caminhada,
continuavam "estudando" e meditando na Palavra através dessas
porções. Também poderiam ser utilizados durante os afazeres
diários, com a mesma disposição.
No salmo 123, vemos o salmista falar de sua busca, elevando os
olhos ao Senhor, que é Rei, entronizado no céu. Nessa busca, o
salmista deixa claro que tem intimidade e comunhão com o Senhor,
buscando o Seu querer e Sua vontade, tal qual um servo ou uma
serva o faz para com seu senhor ou senhora. Temos respeito por
autoridades humanas, mas muitas vezes negligenciamos esse
respeito com relação ao Senhor e o salmista deixa claro que o
seu respeito pelo Senhor, por saber o Seu desejo, é real. E mais
que isso, como fazemos para com autoridades humanas, queremos
atender ao desejo, claro! Logo, vamos em busca da realização da
vontade do Senhor para nós!
Essa busca pelo Senhor é maior ainda porque o salmista se sente
desprezado. Não pelo Senhor, mas por aqueles que o cercam. E
muitas vezes, sofremos esse desprezo: pessoas não entendem o que
passamos ou vivemos e, tal qual "amigos de Jó", tentam achar
razões e motivos para o que vivemos em nós mesmos, nossas
atitudes ou faltas. Mas tal qual aconteceu com Jó, nem sempre
acontece algo assim. Nem sempre há erro ou pecado para
enfrentarmos algo, mas o Senhor pode nos moldar, nos usar como
vasos para testemunho, para entendermos a dor e ajudarmos outras
pessoas...
Mas as vezes não somos desprezados por algo que estamos vivendo,
mas também por injustiças. Alguém levanta um testemunho falso
contra nós e muitos acreditam. Nem se preocupam em confirmar.
Talvez porque confiem muito em quem falou. E passamos por
momentos ruins e tristes, sem nem mesmo ter feito algo do que
dizem a nosso respeito. Outras vezes, somos desprezados, mesmo
vivendo o certo e quem vive o errado é cercado de cuidados, não
para mudar, mas como se fosse a pessoa certa e nós, os errados.
O ser humano tem a facilidade para aceitar o errado como certo,
infelizmente. E atacar ou desprezar o certo. Assim, temos que
fazer como o salmista: olhar para o Senhor e deixar que Ele
mesmo toque os corações para que mudem! E mais ainda: buscar ao
Senhor para que não façamos o mesmo! Em vez de ver o errado como
certo, devemos denunciar o errado e ajudar na possibilidade de
mudança! E em vez de desprezar o certo, temos que saber dar o
devido crédito. E isso, só é possível com a direção do Senhor,
pois de nós mesmo, corremos o sério risco de sempre fazer o
contrário... Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor Esta meditação foi enviada em
29/04/10 por e-mail. |