Observando a oração que Jesus ensinou aos
discípulos, podemos verificar que a oração pode ser composta
de alguns pontos. Essa oração ensinada pelo Mestre foi uma
resposta a um pedido dos apóstolos. A resposta imediata de
Jesus ao pedido dos apóstolos é encontrada em Mateus
6.9-13:
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome;
10 Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu;
11 O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores;
13 E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque
teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
Não entendo que esta oração (nem a semelhante encontrada em
Lucas 11.2-4), é destinada a apenas repetição, palavra por
palavra. Jesus não estava ensinando palavras para serem
memorizadas e recitadas. Ele estava ensinando a orar. Claro
que não entendo haver problemas em citar essa oração, uma vez
que a mesma faz parte da Palavra, da Bíblia! Mas o que Jesus
fez foi nos dar um exemplo que mostra uma ótima sugestão de
que tipo de coisas devemos incluir em nossas orações. Devemos:
1. Reverenciar e glorificar a Deus: "Pai nosso,
que estás nos céus, santificado seja o teu nome".
Grandes orações de grandes homens e mulheres são sempre
proferidas com grande respeito a Deus. Quando Moisés, Ana,
Davi, Daniel, Neemias e outras importantes personagens do
Antigo Testamento oraram, começaram com declarações de genuína
reverência a Deus, como criador e comandante do universo.
2. Buscar a vontade de Deus: "Venha o teu reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu".
A oração não é um instrumento para manipular Deus para que
faça nossa vontade. Aqui, Jesus orou pelo reino de Deus,
sabendo que esse reino só poderia vir com todo o seu poder
através da sua própria morte. Aqui, como na oração agonizante
no Getsêmani, Jesus colocou a vontade do Pai acima de seus
próprios interesses: "Todavia, não seja como eu quero, e
sim como tu queres" (Mateus 26.39). Quando
vemos a oração como nada mais do que uma oportunidade de fazer
pedidos a Deus, colocamos a vontade do servo indevidamente
acima da vontade do Senhor. Deveremos sempre procurar fazer a
vontade de Deus.
3. Reconhecer nossa dependência de Deus para as
necessidades físicas: "O pão nosso de cada dia nos
dá hoje". Esta não é uma determinação de abundância e
prosperidade. Jesus não praticou isso, muito menos ensinou a
noção materialista de que o servo pode "dizer e exigir" o que
quer na oração. Diferentemente das orações de muitos hoje em
dia, que se aproximam de Deus como quem comanda, como quem dá
ordens, como meninos mal educados exigindo tudo o que querem,
Jesus mostrou aqui uma dependência de Deus para as
necessidades básicas da existência diária. Precisamos de Deus
todos os dias. Quer tenhamos abundância ou não!
4. Reconhecer nossa dependência de Deus para as bênçãos
espirituais: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos induzas à
tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o
poder, e a glória, para sempre. Amém". Encontramos
algumas lições valiosas aqui. Primeiro, precisamos do perdão.
As palavras de João 8.7 e Romanos 3.23
nos recordam nossa culpa. Pecamos. Necessitamos do perdão. Só
Deus tem o direito e o poder para perdoar em questões
totalmente espirituais (Marcos 2.7). Segundo,
precisamos perdoar. Nossa comunhão com Deus é condicionada a
várias coisas, incluindo-se como tratamos as outras pessoas.
Quem se recusa a perdoar outro ser humano simplesmente não
será perdoado por Deus (Mateus 6.14-15;
18.15-35). Terceiro, precisamos do auxílio de Deus
para que não pequemos. Deus não é apenas um grande secretário
que fica registrando os pecados cometidos e apagando-os depois
quando confessados diante de uma vida reta de acordo com a
Palavra. Ele tem poder para nos auxiliar a derrotar o inimigo.
Paulo garantiu que há um jeito de escapar de cada tentação (1
Coríntios 10.13). Jesus "é poderoso para socorrer os
que são tentados" (Hebreus 2.18). Ele nos deixou
um exemplo perfeito de obediência para encorajar nossa
fidelidade (1 Pedro 2.21-24). Na hora de sua
mais difícil tentação, Jesus voltou-se para seu Pai em oração
fervorosa. Depois daquelas orações ele saiu do Getsêmani
preparado para suportar o poder das trevas, e sofreu o
ridículo e a morte para cumprir a vontade de seu Pai. Jesus
encontrou o auxílio necessário quando apelou para seu Pai, em
oração.
Permitindo o Senhor, na próxima semana
vamos trazer alguns exemplos de oração encontrados na Palavra! Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em
28/03/11 por e-mail. |