2ª parte
Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso
que estás nos céus, santificado seja o teu nome - Mateus
6.9
Hoje, vamos apenas nos deter na primeira parte do versículo -
Pai nosso que estás nos céus.
O judeu dos dias de Jesus tinha uma preocupação muito grande
com as observações do que estava na Lei. Pelo menos, aqueles
que queriam de fato ter um relacionamento com Deus. Havia, é
claro, quem apenas reclamava que os outros não faziam, mas
eles mesmos não observavam todas as coisas...
A ideia de pensar Deus como "Pai" numa cultura em que Ele era
visto muito como "Senhor" e "Juiz" (o que realmente é, mas
também é Pai), que queria sacrifícios para perdoar pecados,
que queria a observação de detalhes mínimos, até acrescentados
pela interpretação de leis, é complicada. Fica realmente
difícil ter um relacionamento de "Pai" com um Deus visto dessa
forma.
Jesus chama os discípulos para esse relacionamento com Deus:
como Pai! Um relacionamento de intimidade. Não apenas um
relacionamento com o Criador ou com o Senhor de todas as
coisas. Mas um relacionamento de intimidade. Era o momento de
apontar para os discípulos o caminho da Graça!
Nosso relacionamento com Ele não está baseado em sacrifícios e
observâncias exageradas. Claro que não vamos fazer muitas
coisas, pois serão erradas e mesmo que pareça num primeiro
momento nos fazer bem, nos fará mal! Mas não devemos viver com
medo de que o nosso Deus será rancoroso. Se seguirmos Sua
vontade (e o próprio Espírito Santo nos guia nisso), temos um
relacionamento de intimidade com Ele. Não precisamos fazer ou
pagar promessas causando sacrifícios em nosso corpo, pois
Jesus já fez O sacrifiício. Claro que se fizermos um voto com
o Senhor, precisamos cumprir, pois a própria Palavra nos
orienta nesse sentido, deixando claro que não devemos fazer,
mas se fizermos, temos que cumprir (Eclesiastes 5). Mas
o Senhor espera de nós um coração contrito e quebrantado, mais
do que o fazer e cumprir promessas por receio ou medo. Nosso
relacionamento com Deus está baseado na Graça e somos filhos.
Um pai sabe cuidar bem de seu filho, isso o próprio Jesus
deixou claro! Um pai não espera sacrifícios de seu filho!
Espera respeito e obediência...
Podemos confiar no Pai nosso que está nos céus. Não há
dificuldade que passemos que não possamos contar com Seu
apoio. Um pai cuida assim de um filho. Deveria cuidar. Muitas
vezes, ao lermos "Pai", só pensamos na figura masculina. Mas
nesse caso, podemos ampliar o sentido, sem nenhum problema e
pensar na figura tanto de pai como de mãe, que cuidam de seu
filho. E a Bíblia ainda deixa claro que mesmo que um pai ou
mãe se esqueça de seu filho (o que pode ser um absurdo, mas
está acontecendo com muita frequência), Deus não nos esquece!
Dele, podemos esperar o carinho do mais zeloso dos pais!
"Nosso". Não só de um. Mas "nosso". Isso nos mostra claramente
que o nosso relacionamento com Deus deve ser observado, mas
não podemos descuidar do nosso relacionamento com o próximo.
Se servimos ao mesmo Deus, somos irmãos na fé. E o mandamento
que Jesus deixa é: Amar a Deus sobre todas as coisas e o
próximo como a si mesmo. Relacionamento sério, sincero,
íntegro, tanto com Deus como com o próximo.
O inicio dessa oração deixa claro: somos seres relacionáveis,
em cada aspecto da vida, quer seja material ou espiritual. E o
Senhor nos chama para um relacionamento profundo, real e
intenso, para seguirmos o melhor caminho em nosso viver,
observando Sua vontade, que é boa, perfeita e agradável. Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Esta meditação foi enviada em
07/11/11 por e-mail. |